Mês: julho 2022

UENF está entre as 100 melhores universidades da América Latina

38Na última quinta-feira, 14/07, a revista Times Higher Education divulgou o ranking das melhores universidades da América Latina. A  publicação inglesa é afiliada ao jornal The Times e, anualmente, veicula notícias e artigos referentes à educação superior. A THE elabora rankings que estão entre os mais abrangentes, equilibrados e confiáveis do mundo. Para avaliar as universidades, são considerados 13 indicadores, como ensino, pesquisa, citações, transferência de conhecimento e perspectiva internacional.

A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) ocupa a 89ª posição no ranking da América Latina, que é liderado pela Pontificia Universidad Católica de Chile. O Brasil se destaca no topo do THE  Latin America University Rankings, com 28 universidades entre as 50 melhores e sete entre as 10 melhores. Neste ano foram avaliadas 197 universidades de 13 países.

Segundo a Assessora de Assuntos Internacionais e Institucionais da UENF (ASSAII), Angela Pierre Vitória, a inclusão da UENF no ranking é parte da política norteada pelo Plano de Internacionalização (2021-2024) elaborado pela ASSAII juntamente com a vice-reitoria. “O aumento da visibilidade nacional e internacional da Universidade é importante para que possamos atrair mais pesquisadores e estudantes, nacionais e estrangeiros, assim como recursos para a pesquisa”, afirmou.

Humberto Fernandes é internacionalista da UENF e destaca que, atualmente, a instituição tem mais de 130 colaborações internacionais. “A maioria dessas publicações é oriunda de parcerias ainda não institucionalizadas entre docentes da UENF com docentes estrangeiros. Isso abre um enorme leque de oportunidades para nossos discentes e para a captação de recursos. Ocupar uma posição entre as 100 melhores universidades da América Latina é motivo de orgulho”, ressaltou Humberto.

Na avaliação da revista, o ensino e a pesquisa são fatores fundamentais na formação de novas gerações de pesquisadores. Um outro fator importante é a capacidade de investimentos em pesquisa, independente das variáveis econômicas e políticas. Outros itens também avaliados, são o quanto as universidades conseguem atrair estudantes e pesquisadores de outros países, a contribuição para a inovação tecnológica e o papel como referência para outras pesquisas.

Na análise de Rosana Rodrigues, vice-reitora, a colocação da UENF merece ser estudada com muito critério. ” Desde 2015 a Universidade vem sofrendo com cortes no financiamento, o que impacta nas pesquisas, educação e inovação tecnológica. O fato de estarmos entre as 100 melhores universidades da América Latina e as 10 melhores universidades públicas do Brasil, é decorrente de um trabalho intenso de toda comunidade acadêmica. Atualmente, vivemos um processo de desmantelamento dos sistemas de educação, ciência e tecnologia, com cortes nos orçamentos na CAPES, CNPq e nas agências de fomento, o que impacta diretamente numa instituição que tem na pesquisa seu diferencial”, ponderou.

A vice-reitora destacou ainda a importância de uma análise voltada para a autonomia administrativa e financeira das instituições. “As universidades de São Paulo, que ocupam as melhores colocações do Brasil, têm um modelo de gestão autônoma para a utilização dos recursos financeiros, possibilitando um planejamento que impacta diretamente nos resultados. Apesar do estado do Rio de Janeiro ter uma lei aprovada, que obriga o repasse mensal por parte do poder público, nos recursos da UENF essa situação não ocorre de fato”, afirmou.

“O destaque da UENF é reflexo de diversas ações que permitiram o fortalecimento da inclusão e da diversidade nos campi, ao desenvolvimento de novas tecnologias para uma melhor qualidade de vida e, principalmente, a qualidade nas atividades de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvidos pela Universidade ao longo de 29 anos, transferindo conhecimento e trabalhando sempre a serviço da sociedade”, enfatizou a vice-reitora.

Pesquisadora aponta desigualdade social no Brasil como a maior dos últimos anos

O XIII Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica (CONFICT) e VI Congresso Fluminense de Pós-Graduação (CONPG) recebeu a professora Célia Kerstenetzky (UFRJ) na última quinta-feira, 24/06/21. A palestra “Desigualdade e Política Social no Brasil: em que pé estamos?” foi mediada pelo professor Marcos Tostes (UFF).

De acordo com a pesquisadora, desde 2016, ocorreu uma involução na desigualdade e na pobreza no Brasil.

“Entre 2004 e 2015, a desigualdade social apresentou uma queda significativa, mas a partir de 2015 a gente tem um aumento dessa desigualdade. E o nível que alcança em 2019 é superior ao de 2012. Diversos estudos apontam que recuamos sete anos em relação ao que já havia sido conquistado”, ponderou.

Segundo Célia, é importante observar a questão da variável econômica e da variável política para explicar a dinâmica.

“No Brasil a gente teve uma fase onde a desigualdade e a pobreza caíram, ao longo da primeira década e meia do século XXI. Isso esteve diretamente ligado às políticas sociais implementadas desde a Constituição de 88. Entre elas, a valorização do salário mínimo e a expansão dos investimentos em Educação”, explicou.

Sobre o cenário político, a pesquisadora apontou o negacionismo da política social a partir de 2019 como algo preocupante.

“Na minha avaliação, temos o negacionismo na política social. A gente pode observar por várias iniciativas do governo, ou falta de iniciativa, ou projetos simplesmente anunciados. Iniciativas claras são o salário mínimo sem reajuste real; pela primeira vez em muitos anos, o Bolsa Família com fila de espera; uma pressão por desoneração da folha de pagamentos e capitalização na Previdência; a Carteira Verde e Amarela, que é uma tentativa de aumentar o nível de precarização do trabalho; tentativas de levar adiante a agenda de desvinculação constitucional da Saúde e Educação, com a privatização dessas áreas. A atitude é equivalente na Ciência e na dimensão sanitária”, completou.

Ao fim da palestra, Célia ponderou que parte da solução no Brasil tem a ver com a restruturação da tributação, para garantir direitos sociais universais para todos.

“É inevitável que haja o aumento da carga tributária. Os impostos sobre o consumo são muito importantes e eles incidem mais sobre as pessoas que têm menor renda. Obviamente esses recursos arrecadados, deveriam ser usados para uma política que, estruturalmente, resolvesse a nossa questão social, que, no meu ponto de vista, é o maior problema do Brasil. Desenvolvimento no Brasil, para mim, é a redução de desigualdade. Não é só crescer, é crescer de forma equânime e de forma que seja também ambientalmente sustentável”, finalizou.

Assista a palestra da professora Célia Kerstenetzky, na íntegra, no canal UENF TV do YouTube.

Programação desta sexta-feira: Hoje, às 16h, o congresso recebe a professora Alice Ribeiro Casimiro Lopes, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. A pesquisadora vai falar sobre “A educação superior em tempos de discursos anticiência”. A mediação será da professora Marilvia Dansa de Alencar (UENF).

Logo após a palestra, às 18h, acontece ao encerramento e a premiação com os melhores trabalhos apresentados.

O XIII CONFICT e VI CONPG é um evento realizado pela UENF, IFF e UFF. Veja mais informações no site do Congresso

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